sábado, 12 de novembro de 2011

Teniente - Mina de Cobre, no Chile e os Poetas del Mundo


Segundo dia da visita ao Chile, no VII Encuentro Internacional de Poesía: Tras las Huellas del Poeta:
Nosso grupo foi dividido em três para realizar as visitas programadas. Ficamos no grupo que visitou a Mina de Cobre, experiência única e inesperada.

A viagem de ônibus se transformou em momentos de apresentações a cada outro poeta presente, troca de informações e experiencia.   Rancagua é uma comuna da província de Cachapoal, localizada na Região de O'Higgins, Chile. Possui uma área de 260,3 km² e uma população de 214.344 habitantes (2002). No Município de Rancagua, (cerca de 90 km de Santiago) é que fica a Mina que iríamos conhecer e onde apresentaríamos poemas.  Paramos no Club Ansco onde  poetas da cidade se integraram ao grupo.
Dirigimo-nos a Maitenes, o espaço administrativo, onde recebemos instruções através de um vídeo, e paramentos para a visita em segurança: botas, capacete com lanterna a aclopar, casaco, cintoespecial, máscaras. Nas imagens abaixo, há algumas com Graça e Otaviano exibindo os equipamentos.














Nelson  Carrizo, o Poeta Mineiro, Poeta del Mundo, presidente do Sindicato dos mineiros de Teniente. A ele agradecemos a oportunidade de conhecer a maior mina do mundo.






Bilá e Otaviano prontos para visitar a mina.

Otaviano e Nelson, acima e ladeado por Maria das Graças e Bilá Bernardes, abaixo.

Parte do grupo de Poetas del Mundo, enquanto aguardamos o ônibus da empresa que nos levou à mina.



Otaviano e Graça se divertem mostrando a pesada bota que tivemos que usar para a visita.





Aqui, só faltava instalar a lanterna no capacete.


No alto da Cordilheira dos Andes - Chile
O grupo de Poetas del Mundo posa com a bandeira do Movimento, antes de entrarmos no ônibus especial.


Otaviano exibe os paramentos de segurança.
As mãos do competente motorista que escalou as montanhas dos Andes em rodas de ônibus, até a entrada da Mina.


Uma das galerias da Mina de Teniente


Conhecer Teniente foi muito importante, principalmente por conhecer a poesia que há entre os mineiros e nas galerias imensas. Quem não se surpreenderia ao encontrar junto à pedra bruta e cortada, quadros com poemas que desnudam o sentimento de um mineiro e expressam a beleza do minério e do duro trabalho de sua extração. 
Foto de Isabel Orellana Fuentes, editada por Bilá Bernardes


Tradução livre do poema (por Bilá Bernardes), pequena amostra da beleza de versos que adornam as rochas na mina.

Um rio de pedras
há que ser dominado
para reduzir o mineral,
a  golpe de marreta
a rocha se despedaça,
com  estampidos e vômitos de fogo,
o rio de rocha desce logo,
para poder transportá-lo,
ao cobre deste mineral,
alterando seu milenar sossego.

                   Nelson Carrizo,                                                     
                                      o poeta mineiro (das minas chilenas)


Como foi bom ver brilho nos olhos de homens que executam tarefas tão pesadas, diante do grupo de poetas que transpiram poesia mesmo quando as palavras calam!
 

Demonstração de como se descarrega as toneladas de minério extraído.


Diante da demonstração da capacidade de transporte em toneladas, feita para nós, pensei ser pertinente declamar o poema Leveza. Minha voz que começou tímida ecoou entre o pó, o barulho de máquinas e a galeria. Silenciou o grupo e os trabalhadores. A poesia que já habita as rochas da mina ficou mais importante que os outros sons.
:

Leveza

Meus passos seguem
leves feito poeira

Minha mente segue
leve feito brisa

Meu coração bate
leve como algodão

Deixei os pesos da vida
na estrada já percorrida

O tempo deu-me esse momento
Posso caminhar sem julgamento
Bilá Bernardes

Tento traduzir sem saber muito bem. Se algu'em quiser ajudar-me, aceito correções


sin peso




Sin peso como el polvo                
 seguem mis passos                               


             Mi mente sigue         
ingrávida como una brisa

Mi corazón late       
  sin peso como el algodón
                    
                                   Dejé el peso de la vida       
en el camino ya recorrido

El tiempo me dio este instante       
puedo caminar sin juicio


Muitos haviam planejado apresentar seus poemas dentro da mina, mas por questões de segurança, os livros ficaram no ônibus.

















Coluna de cristal, a estrela mais importante desta caverna, guarda pela negritude das luzes apagadas e dos flashs que o guia pede para não serem utilizados - mas nem sempre respeitado.  Para que se contemplasse essa estrela e seu brilho, a luz azul foi dirigida a ela somente e nossos olhares deslumbrados não queriam parar de contemplá-la.
Foi necessário o alerta de que outro grupo aguardava nossa saída para adentrar ao pequeno espaço.
-la




Nestas galerias tantos já  passaram, tantos deram vida e suor para que se abrissem  as galerias por onde trabalharam mineiros que nem conheciam outra realidade; só a vida de Sewell. Hoje as instalações são modernas. Quando Sewell era habitada, mineração era um trabalho bem duro, explica um guia. Já tínhamos visto no museu, dentro da mina, figuras mostrando essa diferença: ontem e hoje na vida dos mineiros de Teniente.


 
Equipamentos de segurança antes e hoje.

trabalho e alimentação. 
Hoje a empresa tem, em suas dependências, amplo restaurante onde recebemos lanche e almoço junto aos trabalhadores com quem foi possível conversar. Soubemos que, também, contam com hospital, rede de computadores e operadora de telefonia celular que funciona no interior da mina.


Por incrível que possa parecer o progresso foi responsável pelo fim de Sewell: a construção de moderna estrada facilitou a ida e vinda dos mineiros até Rancagua e da cidade até a mina. Não mais era necessário o isolamento a 21 km de distância e mais de 2km de altura na Cordilheira, ano após ano. Muitos, pela primeira vez, puderam conhecer Rancagua. E Sewell virou história, recordações, lembranças. Esta história nos foi apresentada pelas autoras de Graneros e seus amigos, também poetas.








Uma tentativa frustrada de trazer um dos belos poemas de Nelson Carrizo, o Poeta Mineiro, que ficam nas pedras-paredes. Ele expressa, com o sentimento de quem vivencia cada experiencia na mina, o que vai nas entranhas de cada trabalhador dessa empresa.
Saímos da Mina para conhecer a “cidade fantasma” de Sewell, hoje patrimônio da humanidade. Lá. Em vez de ruas, há escadas, muitas escadas. Há os alojamentos, mantidos em condições de serem visitados, há o museu histórico, com exposição de belas peças em cobre. Além da beleza do próprio cobre, a beleza dos entalhes e dos detalhes que as fotos mostram.

 Sewell já mostra os primeiros telhados.

 À entrada do Museu do cobre, posso “dirigir” esta máquina que a empresa deixa  e à qual a criança que em mim persite não resiste.
 
.










O encerramento desse passeio foi muito significativo: Rosa Chávez Alarcón, suas colegas  do Ell Taller Por Amor Al arte e o Sindicato Unificado de El teniente nos ofereceram , na capela de Sewell, poemas em presente, confeccionados artesanalmente, com carinho, embalados em aniagem, cuja foto (da embalagem e dos livros) ainda postarei. Por problemas técnicos, a câmera fotográfica não gravou as fotos desse evento.



Mais tarde, conhecemos o atelier das oficinas Por Amor à Arte, fizemos um passeio por Rancagua e nos encontramos no restaurante para degustar o jantar oferecido pelas Autoras de Graneros, entre elas, Rosa: Música, dança, poemas, livros, confraternização e alegria, muita alegria no convívio com os poetas. Esses foram momentos de paz, o que reforça nossa crença de que onde há poesia, onde os poemas - a palavra - circulam, há paz.






Um comentário:

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