quinta-feira, 13 de junho de 2013

Uma Semana em Buenos Aires - Quinto Dia

29 de Maio de 2013 - Quarta-feira

Um dia no Uruguai

Levantamo-nos às 6:10h. Banho, café da manhã e táxi às 8:10h na porta do hotel, rumo a Puerto Madero. 
O taxista, muito politizado, nos deu uma aula sobre a Argentina e o que pensa do Brasil e brasileiros.  Se muitos pensam como ele, estamos sendo admirados lá. Diz ele que as pessoas da Argentina só se manifestam que não há interesse pessoal ferido.  Está muito descontente com o governo de Cristina e seus seguidores, assim como a maioria das pessoas com quem conversamos.

A corrida ficou em apenas $30psos arredondados. No taxímetro era menos.

Chegamos cedo e foi tranquilíssimo o check in, passar pela imigração e, interessante que se passa em dois guichês: o primeiro de saída da Argentina; logo em seguida outra fila e já se tem o carimbo de entrada no Uruguai. Logo em seguida já se efetua o embarque no Ferry Boat.







Essa imensidão de água é resultado do desaguamento de grandes rios originários da Bolívia, do Brasil, Paraguai, Uruguai e da própria Argentina. Dentre dezenas de afluentes, destaques para os rios brasileiros Paranaíba, Rio Grande, Tietê, Paranapanema, Paraná  e Iguaçu.

A título de curiosidade para nós de Minas Gerais, o rio Grande tem origem no Rio de Janeiro e passa pela represa de Furnas em nosso Estado. Segundo o site da referida empresa " A Usina Hidrelétrica de Furnas foi a primeira usina construída pela Empresa, da qual herdou o nome. A barragem está localizada no curso médio do rio Grande, no trecho denominado "Corredeiras das Furnas", entre os municípios de São José da Barra e São João do Glória, em Minas Gerais"        

Outro dado importante para formação da represa de Furnas - uma das grandes obras do então governador de Minas Gerais, Juscelino Kubtscheck de Oliveira - foi a construção de um gigantesco dique na cidade de Capitólio. Em razão dele, as águas do rio Piunhy foram desviadas para o rio São Francisco, conforme relatos históricos.

Abaixo trecho de revista da UFG, ilustrado com desenhos que mapeiam as bacias e suas transformações:

"Quando as comportas da usina hidrelétrica fossem fechadas, o volume de água da represa atingiria  tal quantidade que  suas  águas alagariam parte da  cidade  de  Capitólio e  ainda escoariam por essa região até atingir a bacia do Rio São Francisco, conectando, assim, duas diferentes  bacias hidrográficas: a  do Rio Paraná e  a do Rio São Francisco. Para solucionar parte desse problema – não inundar a cidade e aumentar a capacidade de armazenamento de água na represa –, foi construído um dique nas imediações de Capitólio para conter as águas da represa de Furnas. Entretanto, esse dique também represou toda água do Rio Piumhi que, naquela época, era um dos afluentes da margem direita do Rio Grande."

Abaixo, no Google Maps, uma visão da viagem que atravessa o rio de La Plata em sua largura:








O moderno Porto de embarque:

Descemos do táxi este ponto.

Saguão do Porto Buquebus
                                                             Foto de Graça Rezende
                                      Foto de Graça Rezende




                                                                     Foto de Graça Rezende





Um longo corredor até o embarque.


Enquanto esperamos as câmeras são a diversão predileta.

                                                  Foto: Otaviano Nestor





Ainda fora do barco aguardando o embarque no Buquebus

Já dentro do barco, uma visão do porto

O porto de vários ângulos



Os barcos têm nomes de mulheres. Este é o Silvia Ana. O que nos levou é o Eladia Isabel.

                                                               Foto: Graça Rezende


                                                                     Foto: Graça Rezende

Observar a cidade através dos vidros também nos atrái,


principalmente se há uma marina tão bela e temos uma colega que é artista plástica podendo transformar a foto em tela.


O certo seria editar a foto e cortar o que aparece do barco, mas preferimos deixar o original.


                                                                           Foto: Bilá Bernardes

Dentro do barco, o jornal sobre a mesa é uma atração.

                                            Foto: Graça Rezende

O barco foi uma surpresa à parte. Tem o lado luxuoso e o lado prático. Subimos à primeira classe para conhecer. Possui elevadores para locomoção entre os andares. No térreo fica o Free Shoping. Ali a única moeda que circula é o dolar. 

                                                      Foto: Graça Rezende



A Buquebus não é a única empresa que faz esta rota, mas é a mais tradicional, a maior e por isso a que oferece mais opções de horário, a única que opera com barcos rápidos que fazem a travessia em uma hora e com barcos lentos que navegam por três horas de Buenos Aires a Colônia do Livramento. E é a única que transporta carros também.  

Optamos pelo barco lento, pois estávamos a passeio e não tínhamos pressa de chegar.

                          Foto: Graça Rezende



                                                           Foto: Graça Rezende




                                Foto: Graça Rezende



                                                                 Foto: Graça Rezende

                                            Foto: Graça Rezende


                                                                   Foto: Graça Rezende


                                             Foto: Graça Rezende


Otaviano observa o horizonte infinito da margem direita do Rio de La Plata. São quilômetros e mais quilômetros de largura do rio. Tem que ver para crer e compreender porque ele é comparado ao mar.



                                Foto: Otaviano Nestor



Maria das Graças Rezende em relax no interior do barco  que nos conduziu de Buenos Aires a Colônia.
Graça é uma companheira de viagem que a todo momento se mostra atenciosa, discreta e prestativa. É a segunda viagem que nos honra com sua presença, sempre sincera e independente.  

A imensidão do Rio de La Plata por vezez leva a crer que é um mar calmo. Só se vê o encontro das águas com os limites do céu. Nesta foto, ao longe, o farol orienta os navegantes. É sinal de terra à vista.


Já nos preparamos para conhecer Colônia.


Graça e Maria Angélica. Encontramo-nos com vários brasileiros, inclusive um grupo que mora em Brasília que são amigos do Haroldo Luiz da Silva, amigo do Otaviano, conterrâneo de Santo Antônio do Monte, que também mora em Brasília. Dois deles aparecem ao fundo na foto.



Terra se aproximando e uma imensidão de água ainda à frente.




Porto em Colônia se aproximando cada vez mais.


Olhando deste ponto não se parece com cidade histórica, fundada em 1680 e que preserva muito do que se construiu na época.


Descemos e as primeiras fotos foram do meio de transporte que nos levou:


São três andares de passageiros, uma garagem e a parte superior.

Após desembarque, a primeira providência foi procurar um Centro de Informação Turística.



O nome que dão ao Centro é BIT que significa Centro de Boas Vindas e Informação Turística. Muito interessante o termo e diz do atendimento que recebemos. Cada turista é tratado como se fosse único. 



Nossa acompanhante fala bem o português e, após todas as respostas a nossas perguntas, nos entregou um mapa com os pontos marcados e nos convidou a conhecer o espaço onde estávamos. Descendo a rampa interna, há um grande e comprido galpão em curva. Fomos convidados a  - por  R$10,00 cada um - assistir a um data show projetado nas paredes e que circula o espaço enquanto música e narradores descrevem Colônia, contam sua história e a do Uruguai e mostram outros locais interessantes. 

Por 11 minutos nos foi apresentado o país que tem três milhões e meio de habitantes - pouco mais que Belo Horizonte. Falaram da produção agrícola e industrial, da economia, dos costumes, da cultura e de pecularidades do povo uruguaio. Saímos com outro ânimo para conhecer Colônia.

Do lado de fora, uma surpresa! Uma vegetação típica de nossos campos, em Minas Gerais, o cipó de São João é utilizado em Colônia como planta ornamental. Fizemos várias fotos:








Otaviano sobe a rua em direção ao centro comercial.

Em Colônia, a gente chega e se encanta com o lugar, com as árvores, as construções e as pessoas.  O povo uruguaio é muito civilizado e hospitaleiro.



A perder de vista, bem longe, Otaviano continua sua caminhada rumo a outra banda do Rio de La Plata .



No Uruguai, não vimos pichações em muros ou casas. A limpeza das ruas e a decoração da parte externa das casas são marcas de um povo civilizado. Nem a insistente caída de folhas do outono inibe a beleza das ruas, pelo contrário, ficam como se decoradas fossem pelos fenômenos da natureza.
Observem o piso do calçamento na foto a seguir.




Decidimos continuar seguindo o instinto e o que atraía o olhar. 
Entramos em uma loja onde compramos postais e alguns souvenirs. 
Alguns passos adiante e a Igreja do Santíssimo Sacramento, herança dos portugueses, aparece. 




Momentos de muito silêncio dentro das centenárias paredes, quase nuas com  algumas esculturas em madeira que merecem ver detalhes com cuidado para nada perder.





              Foto: Graça Rezende

                             Foto: graça Rezende


Foto: Graça Rezende


                                     Foto: Graça Rezende

Foto: Graça Rezende







Mais uma vez, o cipó de São João decora fachadas e evidencia o contraste entre a beleza que a natureza oferece e aquela que fica da História dos povos. 

Na tarde que já se despede, o sol banha as águas do rio.
A sequência de fotos a seguir mostra vários ângulos dessa visita do sol ao leito do rio fazendo o encontro da água em vapor às águas correntes. E registra a caminhada que fizemos às margens do La Plata com ágas uruguaias.


Foto: Graça Rezende

Foto: Graça Rezende

Foto: Graça Rezende











E o rio se mostra em cada esquina que dobramos, formando belas telas para os olhos dos artistas.
O encanto de Colônia não está só nas construções centenárias, nem só na arte local que é diversificado e encantador.  O encanto de Colônia está também no seu entorno, no encontro do rio com a cidade que se dá de um modo poético, nostálgico, sem invasões. Imagina-se que estas margens tenham muito o que contar e se paramos um pouco podemos ouvir o diálogo que estabelecem ele, a vegetação e a brisa.

Foto: Graça Rezende/recorte


Foto: Graça Rezende

Otaviano descobre um paraíso denominado Almacen La Carlota. Logo o seguimos e nos encantamos com as obras expostas numa desorganização artística que faz com que tudo atraia o olhar. Uma pequena casa com as paredes e os móveis cobertos de telas e objetos que mais parece museu de arte. 

A impressão é que não se pode comprar para não retirar nada, pois tudo ocupa um lugar que parece ser dele. Só fotografamos com os olhos, mas não fosse a questão de excesso de peso nos voos, havia tanto do que gostaria de ter em casa e de presentear... Foi lá que Otaviano descobriu a boneca - presente para Sarah. Linda e única!


Há muita cor nesta pequena cidade! Há muito brilho também. Há um silêncio só quebrado pelo son das águas e do vento. Há uma quietude que descansa. Desse passeio retorna-se revigorado.









Parece-nos que esse deveria ser o ponto inicial da caminhada, mas fomos almoçar antes. O restaurante que nos indicaram no BIT não o encontramos. No caminho, outra indicação que não foi boa. O local é muito bonito e novo. A carne, porém, não era macia, as guarnições também não eram apetitosas e não aceitavam negociação. Os pratos individuais com excesso de comida tiveram alto custo. O nome do restaurante é Merco Sul. 






                         






Casas de pedra são comuns em Colônia. O que as difere são os detalhes floridos e de decoração. Interessante que são antigas, mas não são velhas.




Um canhão desperta a curiosidade. Também pode ser local de descanso da longa caminhada.








Chegamos ao porto de embarque .








Homenagem ao centenário de morte de José Artigas , incentivador da liberdade de navegação no Rio de La Plata.



Um busto em homenagem a Artigas foi doado pelo sr. Francisco Tomás Mesquita à cidade de Belo Horizonte, por ocasião da visita do vice presidente uruguaio Dr. Hugo Batalla, em 1997 e fica na Av. Uruguai, bairro Sion.




Foto: Graça Rezende


Panorâmica do Cais de Embarque


                                Foto: Graça Rezende



De novo no barco em direção a Buenos Aires e ao descanso.

Como mostram as fotos, a embarcação é ampla e confortável. O preço do café não é diferente do praticado na cidade. 

Foto: Graça Rezende

Lanchonete do ELADIA ISABEL:

 Foto: Graça Rezende

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